domingo, fevereiro 25, 2007

Livros, Poesia e Filosofia




O que é o nada?

Nada?


Por acaso já não o viste?

Repara: nem o viste nem o não viste.

Só vemos metade de tudo o que existe.


Não há nada dentro do nada?

Isso é o que se diz.

O nada está cheio de coisas

que não há que há.

se juntares um pirulim

e um anti- pirulim,

que são assim como um não e um sim,

ambos desaparecem de uma assentada.

Para onde vão eles, então? Para o nada.


Ou seja, o nada está cheio

de pirulins e de anti-pirulins,de nãos e de sins.

E do mais que por lá haverá.

Há quem lá tenha visto um zegalete,

um interstúncio e, vê lá tu, um cromolim.

É verdade, um cromolim.

ou antes, dois, um pequeno

e outro grande, dos maiores de todos.

Assim!


se não houvesse o nada,

não existia mais nada.

Para que aconteça alguma coisa

é preciso que não haja nada primeiro.

Onde nada há ouve-se a respiração

de tudo o que vai existir.


Tudo o que existe, já esteve lá, no nada.

Estas palavras vieram do nada.

Tu também vieste do nada.

se agora és,ao nada o deves.

Quando já não fores,lá voltarás,

e lá ficarás, à espera do que vai acontecer.

És um nada que espera, sem o saber.

E não digas que não és nada

porque ser nada é já um modo de ser.


Obrigada Álvaro de Magalhães!

1 comentário:

João Paulo Proença disse...

Espectacular!!!!

Não o conhecia! Gostei mesmo. É mesmo um tema que gosto "LIvros, poesia e filosofia"