domingo, fevereiro 18, 2007

A andorinha tem voado de livro em livro do Plano Nacional de Leitura.
Leituras novas , leituras redescobertas.... e, agora, mais uma vez admirados.
O Plano Nacional de Leitura tem provocado nos professores este magnifico efeito: pô-los a ler e "mexer" nos livros. E para espanto meu, um número signficativo de colegas, não conhecem a maioria dos livros recomendados. Deparando-me com situações destas, penso como podem os professores motivar, fomentar hábitos de leituras quando eles próprios não lêem? Não conhecem os livros que os nossos jovens admiram! e, mais, alguns escolheram os livros sem os conhecerem, sem nunca os terem visto. Chegados os livros, deparam-se com títulos que nada dizem aos seus alunos, nem a si, que não se adaptam aos ritmos de leitura... e agora? ficam os livros nas estantes à espera de um leitor? e a leitura na sala de aula?
Enquanto não tenho reposta para estas e outras questões, vou lendo e relendo os livros...

Um dos últimos livros que reli, e que faz parte da listagem de desconhecidos, pelo um grupo significativo de professores, é o magnífico livro de "Os Dois Corvos", de Aldous Huxley, o qual considero uma raridade. E é um livro recomendado para o 3º ano de escolaridade, destinado à leitura orientada na sala de aula.
É o único livro infantil escrito pelo autor, que inventou a história para sua sobrinha, Olívia Melusine de Haulleville. Os papéis com o texto original foram destruídos por um incêndio na casa de Huxley poucos anos depois de sua morte. Para a sorte dos pequenos leitores, os vizinhos de Olívia guardaram uma cópia da história.

O enredo desta fábula gira em torno da tragédia doméstica de uma mãe corvo que vê uma enorme cobra engolir um dos seus ovinhos, e assim fica desvendado o mistério do desaparecimento dos seus ovos, isto é, dos seus futuros filhotes. Quando o marido Corvo regressa, conta-lhe o sucedido pedindo-lhe que resolva o problema. O senhor Corvo e o seu grande amigo Mocho,depois de muito pensarem, resolveram fazer, com terra, uns ovinhos que, pintados de verde claro, eram iguais aos da Senhora Corvo, e colocaram-nos no ninho ficando à espera do que viria a suceder. A Dona Cobra, como sempre,trepou pela árvore, como de costume para matar a fome,mas desta vez, devorando os falsos ovos. Contorceu-se com dores e deu voltas e mais voltas em torno da árvore, acabando por morrer. A Senhora Corvo para se vingar da devoradora dos seus filhotes, esticou o corpo do malvado réptil e utilizou-o como corda onde secava as fraldas dos seus alados bebés.
A história é ricamente ilustrada pelos desenhos de Beatriz Alemagna.

Boas Leituras!

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