quarta-feira, novembro 15, 2006

XVII Encontro de Literatura Para Crianças


O XVII Encontro de Literatura Para Crianças foi mais um momento delicioso que a Fundação Calouste Gulbenkian nos ofereceu.
Intitulado “ Contado às Crianças”, a literatura infantil foi abordada transversalmente, passado pela música, artes plásticas, BD, animação entre outros.

Na minha modesta opinião, este encontro ficou aquém de outros já realizados, no entanto destacarei alguns momentos significativos, tais como: Fernando Pinto do Amaral que nos falou de Sophia de Mello Breyner.
Mais uma vez ficou claro que a obra da Sophia de Mello Breyner provoca nas crianças uma metamorfose fundamental ao seu crescimento. A literatura de Sophia faz com que as crianças, de forma subtil, vão ao encontro da literatura, e não o contrário.

A comunicação de Fernando Galrito foi uma surpresa, inverteu o tema inicial, “Contado às Crianças versus Contado pelas Crianças”, mostrou-nos como uma animação pode contar histórias, criar narrativas motivadas apenas por imagens e com muito pouco equipamento. A imaginação das crianças, as suas vivências e o modo como vêem o mundo está sempre presente.

A comunicação, Mundos Infantis e Juvenis na Obra de Paula Rego, foi fabulosa! Fernando António Baptista mostrou-nos como Paula Rego não deve ser considerada uma pintora narrativa, estamos perante uma encenadora de histórias.
Paula Rego teatraliza as histórias, situações ou personagens. Estas são desveladas, nas suas várias facetas e inseridas na sociedade contemporânea. Há a necessidade de experienciar aquilo que muitos não querem ver.
Quero que as minhas imagens funcionem como uma estalada na cara”(1977), afirmou a pintora. De facto, a infantilização das suas personagens são como um estalo que nos desperta para uma outra faceta das histórias para crianças.

José Barata Moura proporcionou-nos momentos de grande jovialidade…. Iludidos estão os que pensam que as canções infantis são meros momentos de entretimento, as canções infantis são momentos de grande descoberta do mundo e da vida, fazem-nos espantar e reflectir.

Eis, a minha leitura deste encontro.
Até 2008

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