quarta-feira, dezembro 30, 2009

O Silêncio dos Livros




A escrita de Steiner, o seu conhecimento enciclopédico e a sua erudição faz dele um pensador invulgar, às vezes genial. Gosto de ler, de (re)ler os pensamentos de Steiner e de me deixar ir nas suas reflexões... Steiner é um admirador das obras dos grandes génios das artes, da filosofia, da políticas e da ciência - e para ele, a ciência é o ramo que nunca se devia ter separado da filosofia. Se assim fosse talvez lessemos o mundo de uma outra forma.

Nesta pausa, reli um dos livro de Steiner - O Silêncio dos Livros e como de costume, sublinho passagens que se tornam mais significativas no momento da leitura. Curioso, quando leio o livro mais do que uma vez... nem sempre coincidem os sublinhados,e desta vez, voltou acontecer!
Nesta (re)leitura destaquei duas passagens:

... não há garantia nenhuma de que o número de livros impressos nos formatos tradicionais venha a diminuir. Parece até que o contrário é que está a acontecer.

A revolução electrónica, com o aparecimento à escala planetária do processador de texto, do cálculo electrónico e da rede informática, configura bem mais uma mutação do que uma invenção dos caracteres móveis na época de Gutenberg. Aquilo a que chamamos realidade virtual poderia perfeitamente alterar o funcionamento habitual da consciência. Os bancos de dados, que atingem já uma capacidade de armazenamento quase infinita, hão-de substituir os labirintos incontroláveis das nossas bibliotecas por um punhado de circuitos. Qual será o efeito disso na leitura, na função dos livros tal como os conhecemos e amámos?

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