quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Charles Darwin

O naturalista inglês Charles Darwin nasceu há 200 anos em Shrewsbury, na Inglaterra. A viagem que fez à volta do mundo no famoso navio 'Beagle' acabaria por mudar a sua vida e repercutir-se profundamente na ciência. Mas não se livrou de polémica



Hoje, dia em que se comemoram 200 anos sobre o nascimento de Charles Darwin, o legado do naturalista inglês continua actual e vivo, nos caminhos trilhados pela biologia molecular e genética, mas também na biotecnologia e na própria biologia da evolução. Foram as suas ideias que abriram este caminho. Em vez de dois anos, Charles Darwin esteve cinco anos em viagem à volta do mundo. Um percurso que, por circunstâncias da geografia, teve a sua primeira e última escala em território português. A primeira, à ida, na ilha de São Vicente, em Cabo Verde, hoje independente. A última, no regresso, na Terceira, nos Açores. Entre ambas as paragens, o jovem Darwin teve o privilégio de observar a diversidade de espécies no Brasil, tropeçou em fósseis de animais gigantes, que o puseram a pensar na razão porque eles se teriam extinguido e, claro, passou mais de um mês nas ilhas Galápagos, onde se cruzou com tartarugas e pássaros e se horrorizou com o aspecto das iguanas.Durante esses cinco anos no Beagle, o naturalista atento e curioso coleccionou 1529 espécies, que levou de regresso ao seu país, acondicionadas em garrafas com álcool, levou tartarugas vivas, 3907 espécimens secos, 368 páginas de notas sobre zoologia, mais 1383 de geologia e um diário com 770 páginas. Teve tempo ainda para ler Princípios da Geologia, de Charles Lyell's, que o familiarizou com os processos geológicos mudavam naturalmente a face da Terra, conta a Scientific American.


Darwin regressou a Inglaterra em 1836 e nos anos seguintes, publicar um livro sobre a viagem e desenvolveu o essencial da sua teoria da evolução, embora só tenha publicado On the Origin of Species (A Origem das Espécies) em 1959, depois de saber que um outro naturalista inglês, Russel Wallace, estava a desenvolver uma ideia idêntica. On the Origin of Species (cujos 150 anos de publicação também se comemoram este ano) defendia a origem comum de toda a vida actual num organismo ancestral. A selecção natural dos mais aptos era uma das suas ideias centrais. O livro grangeou adeptos e causou polémica. Até hoje, pela voz dos criacionistas, a polémica continua. Mas o que ciência demonstrou de muitas maneiras neste século e meio foi que Darwin tinha razão. Na verdade, não há biologia sem evolução.
Fonte Diário de Notícias

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